domingo, 4 de novembro de 2012

Intocáveis e Flores do Oriente



Sei, sei, já faz muito tempo que não escrevo no blog. Inclusive, devo confessar que não me lembrava da senha. Lamentável, mas pura verdade. Contudo, cá estou, mais de um ano depois, para escrever outra crítica de cinema. Quando era mais assíduo no blog, pensei diversas vezes em escrever sobre o cinema estrangeiro, sobre grandes clássicos como A Vida é Bela ou Amelie Poulin, mas acabei nada escrevendo.

Volto a este espaço hoje, mais uma vez por meio uma postagem dupla, para contemplar sim o cinema fora de Hollywood, mas não os clássicos citados (ainda não pelo menos!). Duas produções internacionais recentes são meus alvos, as quais infelizmente ainda não são conhecidas do público geral. Pretendo ajudar minimamente fazendo minha parte e compartilhando as experiências que tive assistindo ambas as películas.

O primeiro deles se chama “Intocáveis” e é uma produção francesa lançada em 2011. Em linhas gerais, o filme conta a história de dois personagens, um milionário, tetraplégico, com uma vida triste e sem graça, apesar de toda a sua fortuna, e um negro, pobre, recém-saído da prisão, com uma vida difícil, mas com alegria, vigor e espontaneidade de sobra para desfrutá-la. O roteiro faz o caminho dos dois se cruzarem, e nos mostra o surgimento de uma linda amizade, com a troca de experiências e vivências, e como um muda a vida do outro sem nem perceber. O filme é um drama, mas com situações e cenas divertidíssimas, de forma que quem tem a oportunidade de assisti-lo alterna constantemente risadas e lágrimas nos olhos. É uma obra completa, com um enredo leve e engraçado, e ao mesmo tempo pesado e dramático, sempre lhe trazendo de volta das gargalhadas pra uma boa reflexão sobre a vida. É uma história real, contada com maestria, que gerou um dos melhores e mais aclamados filmes do ano. Vale muito a pena conferir.

O segundo se chama “Flores do Oriente” e é um filme chinês (é, isso mesmo, chinês), também de 2011. Primeiramente, é importante que não se deixe qualquer preconceito sobre a origem do filme afetar a sua opinião ou até mesmo impedir que você o assista. Falo isso por experiência própria, tendo em vista que eu mesmo evitei durante um tempo assisti-lo, sempre o deixando em segundo plano e dando prioridade aos vários filmes americanos que saem toda semana no mercado. Dessa forma, é preciso que se dê um voto de confiança e uma oportunidade ao filme (e ao blogueiro), e garanto que irão se surpreender. A história se passa durante o massacre de Nanquim na década 1930, durante a invasão japonesa. No entanto, não se trata de um mero filme de guerra, esta é apenas um plano de fundo para os acontecimentos do filme. Um coveiro, interpretado magistralmente por Christian Bale (o Batman pra quem não conhece), entra na cidade no meio da guerra para enterrar um padre numa igreja católica, e lá depara com uma situação bastante peculiar: um grupo de jovens estudantes e um grupo de prostitutas locais se refugiam na igreja, e ele de repente se vê obrigado a ser o líder e responsável por todas elas, o que traz toda uma mudança de concepção de vida no personagem. O filme é um drama puro, com muitas cenas que levam os espectadores às lágrimas, e nos mostra como um ser humano é capaz de ser mal e cruel, e, ao mesmo tempo, trazer-nos esperança, sacrifício e altruísmo. É, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano, apesar de ainda desconhecido do público em geral.

Assim, finalizo essa postagem dizendo que esses filmes me inspiraram a deixar a preguiça de lado e voltar a escrever depois de tanto tempo. Espero que vocês possam assisti-los e desfrutá-los ao máximo como eu fiz, e que, aos poucos, os dois se tornem clássicos do cinema não hollywoodiano. Leiam e comentem. Abraços.