Cinema - críticas e indicações
domingo, 4 de novembro de 2012
Intocáveis e Flores do Oriente
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
A Felicidade não se compra
Um amigo meu da Faculdade me indicou esse filme e minha primeira reação foi zombar dele, brinquei com o ano em que foi feito, falei que era muito antigo, que não conhecia os atores e que nunca tinha ouvido falar do filme, mas, como nunca desprezo uma indicação, procurei-o para assistir. Foi nesse momento que reaprendi a lição que vou tentar passar pra vocês agora: NUNCA DESPREZEM OS CLÁSSICOS!
O filme é simplesmente espetacular, um dos melhores filmes que eu já assisti em toda a minha vida. Descobri em leituras posteriores que é um grande clássico americano e que é considerado uma das mais belas histórias do cinema. Ainda, foi a primeira vez que tive a oportunidade de ver o ator James Stewart em ação, protagonista do filme, que até então era um total desconhecido pra mim, mas era o queridinho de Hollywood na época, estrela de clássicos do grande diretor Alfred Hitchcock como “Janela Indiscreta” e “Um Corpo que Cai”.
Tendo dito isso, venho indicar pra vocês “A Felicidade Não se Compra” ou “It’s a Wonderful Life”, produzido no ano de 1946 e dirigido pelo grande Frank Capra. Conta no núcleo dos protagonistas com o já comentado James Stewart e com a adorável Donna Reed. Os demais personagens que compõem a trama também são encantadores, e completam o necessário para fazer desta obra a belíssima história que é.
A história em si ainda acompanha o clima de natal e ano novo em que estamos. Trata-se de um conto de natal, no qual o personagem principal George Bailey, vivido por Stewart, tenta se suicidar na véspera de natal por estar com graves problemas financeiros. Diante de tal situação, Deus manda um anjo à Terra para dissuadir George de suas intenções e mostrar pra ele o que ele significa para todas as pessoas que já conviveram com ele. A partir disso se desenrola a trama do filme, fazendo todo um flashback da vida do protagonista e contando a história de um rapaz totalmente altruísta, que em todas as oportunidades da vida se importou mais com os outros do que com si mesmo.
O filme traz cenas memoráveis, bastante românticas e engraçadas, com diálogos super inteligentes. A interação entre os protagonistas também dá gosto de se ver, porque a química entre os dois é irresistível. Ainda, acima de tudo, o filme traz uma bela mensagem, que a grande maioria das pessoas de hoje precisam se lembrar, qual seja que dinheiro não é tudo na vida, que os amigos nos ajudam nas horas de dificuldade e que a felicidade não se compra. Assim, principalmente nessa época, quando tentamos refletir o que fizemos de errado no ano que se passou, nada melhor do que um filme como esse, para se assistir em família ou com os amigos.
Finalmente, nunca desprezem os clássicos, porque existem histórias atemporais, que não se desgastam nem um pouco com as décadas que se passam, como é o caso desta película. Muito pelo contrário, o filme em preto e branco às vezes se torna bem mais classudo do que muitos dos filmes atuais, principalmente com as grandes atuações das estrelas de antigamente. Ainda, se me perguntassem se eu gostaria que a história fosse regravada, com a tecnologia moderna, com cores, e com os atores de hoje, eu diria categoricamente: NÃO, o filme é um clássico por si só e é perfeito do jeito que foi gravado, devendo ser apreciado dessa forma.
Por hoje é só, espero que consigam achar o filme nas locadoras ou na internet e que possam apreciá-lo da mesma forma que eu. Assistam e comentem. Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para todos. Segue o trailer.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Tropa de Elite 2
Nesta continuação, os produtores tiveram o maior cuidado possível para que não vazasse nada do filme antes da estréia, para não correr o risco de ver DVDs piratas por aí antes mesmo do filme entrar em cartaz, como aconteceu com o primeiro. Para isso, o Diretor José Padilha não gravou nenhuma cópia em DVD, mas somente em rolo de projeção, distribuindo pessoalmente a película para todas as salas de cinema que estão exibindo o filme no Brasil. Ainda, explica o tão elevado número de espectadores que o filme vem tendo, visto que ninguém conseguiu piratear o filme antes de seu lançamento.
“Tropa de Elite 2” possui o mesmo diretor do primeiro filme, José Padilha, que faz mais um trabalho espetacular e inovador. Além disso, mantém a base do elenco do primeiro filme, com Wagner Moura no papel do marcante Nascimento, agora Coronel, e os demais personagens da trama, com André Ramiro, Milhem Cortaz e Maria Ribeiro. Conta ainda com participações especiais como a de Seu Jorge, como líder do Comando Vermelho em Bangu I, e, Dudu Nobre, que não se consegue identificar em nenhuma cena, mas compõe os figurantes do BOPE.
Bom, o que falar de “Tropa de Elite 2”? É melhor do que o primeiro? SIM! O filme evoluiu, adquiriu um caráter crítico, político. O primeiro tem como principal objetivo chocar seus espectadores, mostrar a corrupção dentro da polícia, expor os mecanismos e esquemas mais absurdos que ela usa para se manter no mundo dos crimes, e, ainda, a violência, a tortura, que acontecem nas favelas e morros das grandes cidades. O segundo é mais denso, os personagens ganham uma maior carga dramática e psicológica, além de nos mostrar com perfeição que “o sistema” não se restringe a polícia e ao tráfico, mas é algo bem mais amplo que isso, englobando toda a estrutura política do país.
O filme faz pesadas críticas à política do nosso país. Mostra como as pessoas honestas e íntegras, que tem o sentimento e a vontade para mudar os rumos do país, são absorvidas pelo “sistema”, tornando-se inoperantes dentro de tamanha corrupção. Expõe como os políticos utilizam e manobram a classe mais pobre da população para seus próprios interesses, como base eleitoral, meio para angariar fundos, e local para esconder as ilegalidades das campanhas, não tendo nenhum interesse que a situação da comunidade melhore, pois perderiam todo esse amparo, que, infelizmente, sustenta a política do Brasil.
No entanto, o filme não se limita a isso. Ele é eletrizante, carismático, engraçado, dinâmico. Consegue manter a ação do primeiro filme, não se sabe o que vai acontecer na cena seguinte. Traz novos bordões, no estilo dos consagrados: “Pede pra sair!”, “Não vai subir ninguém!”, “Nunca serão!”, que marcaram o imaginário popular, sendo repetidos durante meses por todos que apreciaram o filme.
As atuações são magistrais, tanto dos heróis como dos vilões da trama. O espectador sente a vontade constante de poder ajudar o Coronel Nascimento de alguma forma em sua luta contra a corrupção, bem como de acabar com os políticos e policiais corruptos que alimentam o “sistema” e destroem a vida da população.
Finalmente, esta é a lição que o filme passa, nós podemos ajudar, nós podemos nos manifestar, nós temos como mudar e acabar com o sistema, através do nosso voto consciente, da nossa honestidade, integridade, que deve nos fazer eleger representantes que objetivam o bem maior da sociedade, e não apenas a satisfação de seus interesses pessoais.
Assim, encerro por aqui, desejando que todos continuem assistindo a “Tropa de Elite 2”, pois é uma fantástica obra do cinema brasileiro, que precisa ser valorizada à altura. Se ainda não tiverem visto nenhum dos dois e desconheçam a mítica do BOPE & Cia, assistam, vale muito a pena! Comentem aqui o que acharam do filme. Segue o trailer.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
A Origem
Amigos, estava com saudade de escrever por aqui. Vi alguns filmes nas últimas semanas que me motivaram a compartilhar novamente minhas experiências cinematográficas, e quem sabe, ajudá-los a terem as suas próprias. Inclusive, como podem notar, dei uma reformulada no layout do blog. Acredito que agora ficou mais interessante e compatível com o objetivo de nossos textos, que é pura e simplesmente explorar e divulgar a sétima arte.
Isto sendo dito, voltemos ao que interessa. “A Origem” ou “Inception”, filme de 2010, do Diretor Christopher Nolan, o mesmo de “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e “O Grande Truque”. É importante destacar o grande crescimento deste diretor, que vem, cada vez mais, aperfeiçoando seus filmes em busca da perfeição. E com “A Origem”, ele chega bem perto disso.
Contamos com um elenco de estrelas, encabeçado por Leonardo di Caprio, em mais uma grande atuação, o que vem se tornando freqüente em todos os seus trabalhos. Há muito tempo já deixou de ser o simples galã bonitinho de “Titanic” e “A Praia” para se tornar um excelente ator. Seguem ainda Marion Cotillard, Michael Caine, Ellen Page, Tom Berenguer, Joseph Gordon Levitt e Cillian Murphy.
No que diz respeito ao enredo, “A Origem” é revolucionário, mostrando-nos o mundo dos sonhos de uma forma que nunca poderíamos ter imaginado. O que aconteceria se pudéssemos inventar um aparelho que nos permitisse compartilhar sonhos com outras pessoas? Como a nossa realidade iria se projetar no imaginário de um sonho? Seria possível que informações e segredos guardados em nossa consciência pudessem ser roubados por aqueles que entram nos sonhos? Qual seria a proporcionalidade temporal entre a duração do sono e o tempo decorrido no sonho? O que aconteceria se sonhássemos dentro de outro sonho? O que acontece enquanto estamos dormindo interfere de alguma forma no que estamos sonhando? E por último, se fosse possível extrair informações dos sonhos de outras pessoas, também seria possível inseri-las? O filme parte de simples premissas, cujas respostas são absolutamente fantásticas, construindo um mundo nunca dantes visto.
A partir daí, temos uma história muito bem trabalhada, recheada de efeitos especiais, que exige a máxima atenção para ser compreendida. Infelizmente, não posso comentar muito mais sobre o que se passa na película, pois jamais esvaziaria o filme para quem ainda não viu. Por isso, quem já assistiu comenta suas teorias e indica para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver, para que também possam entrar no debate. Eu tenho a minha.
Posso dizer, enfim, que é imperdível, que traz cenas épicas e seqüências memoráveis, que possui atuações magníficas, que os aspectos técnicos são sensacionais (efeitos especiais, som, fotografia, figurino), que nos dá várias linhas de interpretação e muito sobre o que refletir para entender o que realmente se passa. Não se sabe mais o que é sonho e o que é realidade.
Durante o filme, ingressamos realmente em uma grande viagem, em um grande sonho, desejando que ele nunca acabe, que fiquemos ali pra sempre, noutro mundo.
É, sem dúvida, a obra que melhor trata de realidades paralelas desde “Matrix”, o que lhe concede o posto, na minha modéstia opinião, de melhor filme do ano até agora, tornando-se programa obrigatório para qualquer amante de um cinema de qualidade. Espero voltar a postar em breve. Abraços. Segue o trailer.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Uma Lição de Amor
O inspirador filme de hoje se chama Uma Lição de Amor, ou I am Sam, na versão em inglês, e é relativamente antigo. Sua produção é datada do ano de 2001 e conta com a direção de Jessie Nelson, até então uma desconhecida pra mim, mas cujo trabalho passei a admirar depois de ver este filme. O elenco é liderado por Sean Penn, ator consagrado por Hollywood, vencedor de dois Oscars de Melhor Ator por seu trabalho em Sobre Meninos e Lobos e, recentemente, em Milk, no ano passado. No entanto, na minha opinião, a melhor atuação de sua carreira e uma das melhores que já vi na minha breve história de admirador do cinema mundial, recebeu "apenas" uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, no papel do retardado mental Sam neste lindo Uma Lição de Amor. A também já indicada ao Oscar Michele Pfeiffer nos traz uma performance magnífica e emocionante como uma advogada rica, inteligente e fria, que volta à vida após conhecer Sam, personagem de Sean Penn. Ainda, mas não menos importante, a super talentosa Dakota Fanning, que apenas aos sete anos já nos dava uma magnífica prévia do que seria sua carreira como atriz ao viver a filha de Sean Penn. Para quem não se lembra dela, é a menininha de Guerra dos Mundos e Amigo Oculto. Parece muito, mas esses são apenas os personagens principais do filme, o restante do elenco é fantástico, contando inclusive com a participação de alguns deficientes, o que dá um toque de realidade ainda maior ao filme.
O último detalhe mencionado é o que torna a atuação de Sean Penn ainda mais admirável, não se pode distinguir entre ele e os demais deficientes mentais que aparecem no filme, ele é sublime do primeiro ao último minuto. O filme mostra como Sam, que tem idade mental de uma criança de 7 anos, toma conta de sua filha, Fanning, e o que acontece quando tentam separá-lo dela, trazendo-nos a batalha judicial e o relacionamento contagioso de amizade que vai crescendo entre Sam e sua advogada, Pfeiffer.
Quaisquer adjetivos ou descrições que eu usar aqui não chegam aos pés do que apenas 10 minutos de filme pode nos trazer em termos de emoção, sensibilidade, amor e carinho. O filme é simplesmente lindo, puro, inocente, magnífico, como há muito tempo eu não via. Ele não é em nenhum momento arrastado ou monótono, prende sua atenção, seu coração e sua mente durante a completude de suas duas horas. Mas se isso tudo não bastasse para já fazer desse filme um dos meus favoritos de todos os tempos, a trilha sonora é fantástica, toda com músicas dos Beatles como os sucessos Strawberry Fields Forever, Across The Universe e Blackbird, em versões belíssimas que concedem ao filme o que faltava para se tornar uma obra de arte.
Quem já assistiu sabe do que estou falando, e quem ainda não teve a oportunidade, não perca tempo! Alugue ou baixe, sei lá, mas assista ao filme, espero que minha empolgação e sentimento ao escrever estas palavras façam vocês compartilharem dessa linda e inspiradora experiência, que rarissímos filmes nos trazem.
Espero sinceramente não desaparecer mais uma vez das páginas deste blog, para continuar compartilhando sensações e momentos como este com vocês. Assistam e comentem! Em breve estarei aqui com alguns dos indicados ao Oscar desse ano. Por enquanto, segue o trailer...
http://www.youtube.com/watch?v=EROTbDCr5ag
sexta-feira, 5 de junho de 2009
A Troca e Dúvida
O primeiro deles, A Troca, é de 2008 e conta com a direção do experiente e premiado diretor Clint Eastwood, o mesmo de Menina de Ouro. O elenco é liderado pela bela Angelina Jolie e pelo sempre marcante John Malkovich. Um ponto interessante é que nesta obra, Jolie se desvincula do seu biótipo normal de personagem, mulher sensual e provocante, com muita ação, tiroteio, correria, porém o que vemos em A Troca é uma mulher extremamente recatada, simbolizando o comportamento feminino do início do século, com longos vestidos, prevalecendo o lado psicológico, mental, dramático da atriz, o que foi muito bom de assistir. A trama é super envolvente, retrata um fato real, contando o desaparecimento do filho de Jolie e todo o processo subseqüente a este acontecimento. O roteiro é muito bem escrito, proporcionando cenas sublimes com muita emoção e dramaticidade. Malkovich também acompanha o ritmo do filme em uma excelente performance, fazendo cenas de arrepiar. Achei que Angelina merecia ter ganho o Oscar pela sua atuação, pois superou de longe todas as outras concorrentes do ano, inclusive a vencedora Kate Winslet em O Leitor, configurando uma injustiça cometida pela academia. Resumindo, o filme é bastante tenso, nervoso, angustiante, com muito suspense e drama, recheado de destacadas atuações. Está chegando agora nas locadoras, aproveitem para assistir e depois comentar aqui.
Já o segundo, Dúvida, também é de 2008 e tem a direção de John Patrick Shanley. O elenco é fantástico, liderado pela atriz mais indicada ao Oscar em todos os tempos, Meryl Streep, completando sua 15ª indicação com a desse ano, o já vencedor do Oscar por Capote, Philip Seymour Hoffman, e a ingênua e belíssima Amy Adams, a eterna princesa de Encantada. O filme tem como enredo base os acontecimentos passados no interior de uma escola mantida pela igreja numa cidade do interior dos Estados Unidos. Todos os atores encarnam com perfeição o sacerdotismo, transparecendo bastante realidade para quem está assistindo. O roteiro é muito inteligente, altamente metafórico, muito bem escrito e com diálogos geniais. Com interpretações fabulosas, de grande dramaticidade, algumas cenas marcam e arrepiam, como a discussão entre Hoffman e Streep, que já valeria qualquer ingresso, ou o sermão dado por Hoffman sobre a fofoca, de um simbolismo e profundidade fantásticos. Além disso, figuras pouco conhecidas como a atriz Viola Davis protagonizaram grandes cenas, que acabaram rendendo uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. O enredo foca muito a atenção, envolve, e no final o que restam são dúvidas...
Assim, encerro minha participação de hoje, peço que continuem comentando e assistindo, e eu vou tentar escrever com mais freqüência por aqui. Seguem os trailers. Um abraço a todos.