Sei, sei, já faz muito tempo que
não escrevo no blog. Inclusive, devo confessar que não me lembrava da senha.
Lamentável, mas pura verdade. Contudo, cá estou, mais de um ano depois, para
escrever outra crítica de cinema. Quando era mais assíduo no blog, pensei
diversas vezes em escrever sobre o cinema estrangeiro, sobre grandes clássicos
como A Vida é Bela ou Amelie Poulin, mas acabei nada escrevendo.
Volto a este espaço hoje, mais uma
vez por meio uma postagem dupla, para contemplar sim o cinema fora de Hollywood,
mas não os clássicos citados (ainda não pelo menos!). Duas produções internacionais
recentes são meus alvos, as quais infelizmente ainda não são conhecidas do
público geral. Pretendo ajudar minimamente fazendo minha parte e compartilhando
as experiências que tive assistindo ambas as películas.
O primeiro deles se chama “Intocáveis”
e é uma produção francesa lançada em 2011. Em linhas gerais, o filme conta a
história de dois personagens, um milionário, tetraplégico, com uma vida triste e
sem graça, apesar de toda a sua fortuna, e um negro, pobre, recém-saído da
prisão, com uma vida difícil, mas com alegria, vigor e espontaneidade de sobra para
desfrutá-la. O roteiro faz o caminho dos dois se cruzarem, e nos mostra o
surgimento de uma linda amizade, com a troca de experiências e vivências, e como
um muda a vida do outro sem nem perceber. O filme é um drama, mas com situações
e cenas divertidíssimas, de forma que quem tem a oportunidade de assisti-lo
alterna constantemente risadas e lágrimas nos olhos. É uma obra completa, com
um enredo leve e engraçado, e ao mesmo tempo pesado e dramático, sempre lhe
trazendo de volta das gargalhadas pra uma boa reflexão sobre a vida. É uma
história real, contada com maestria, que gerou um dos melhores e mais aclamados
filmes do ano. Vale muito a pena conferir.
O segundo se chama “Flores do Oriente”
e é um filme chinês (é, isso mesmo, chinês), também de 2011. Primeiramente, é
importante que não se deixe qualquer preconceito sobre a origem do filme afetar
a sua opinião ou até mesmo impedir que você o assista. Falo isso por experiência
própria, tendo em vista que eu mesmo evitei durante um tempo assisti-lo, sempre
o deixando em segundo plano e dando prioridade aos vários filmes americanos que
saem toda semana no mercado. Dessa forma, é preciso que se dê um voto de
confiança e uma oportunidade ao filme (e ao blogueiro), e garanto que irão se
surpreender. A história se passa durante o massacre de Nanquim na década 1930,
durante a invasão japonesa. No entanto, não se trata de um mero filme de
guerra, esta é apenas um plano de fundo para os acontecimentos do filme. Um
coveiro, interpretado magistralmente por Christian Bale (o Batman pra quem não
conhece), entra na cidade no meio da guerra para enterrar um padre numa igreja
católica, e lá depara com uma situação bastante peculiar: um grupo de jovens estudantes
e um grupo de prostitutas locais se refugiam na igreja, e ele de repente se vê
obrigado a ser o líder e responsável por todas elas, o que traz toda uma
mudança de concepção de vida no personagem. O filme é um drama puro, com muitas
cenas que levam os espectadores às lágrimas, e nos mostra como um ser humano é
capaz de ser mal e cruel, e, ao mesmo tempo, trazer-nos esperança, sacrifício e
altruísmo. É, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano, apesar de ainda
desconhecido do público em geral.
Assim, finalizo essa postagem dizendo
que esses filmes me inspiraram a deixar a preguiça de lado e voltar a escrever
depois de tanto tempo. Espero que vocês possam assisti-los e desfrutá-los ao
máximo como eu fiz, e que, aos poucos, os dois se tornem clássicos do cinema
não hollywoodiano. Leiam e comentem. Abraços.
Um comentário:
Aliás, são poucos os filmes chineses que chegam ao Brasil, né? E os que chegam, quase sempre são coproduções, como O Último Imperador.
Eu confesso que nunca assisti uma produção que fosse 100% chinesa.
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